Quinze dias e uma incerteza: os familiares dos jovens Paulo Daniel Pereira, 24 anos, e Matuzalém Silva, de 25, continuam sem respostas para o desaparecimento dos trabalhadores. A ausência de informações é a força mobilizadora que faz com que parentes e amigos continuem indo dia após dia ao último local em que os dois foram vistos, um ferro-velho no bairro de Pirajá, e à porta das autoridades policiais responsáveis pelas investigações.
Para a família, o sentimento é de tristeza e frustração. “Se fosse o filho de branco, que morasse em um dos bairros nobres de Salvador, a resposta já teria vindo. Como é um preto, pobre, periférico, um incômodo, as autoridades ficam todos acomodados. É frustrante, é triste para uma família, para uma mãe”, relata Fernanda Cruz, tia de Paulo.
Ela conta que, embora estejam acompanhando diariamente as investigações, não têm recebido muitas informações da polícia. Nesta segunda-feira (18), data em que se completa 15 dias desde que os jovens desapareceram, as famílias estiveram no ferro velho. “Amanhã, [iremos] na delegacia e depois de manhã, na quarta-feira [20], será na Secretaria de Segurança Pública. Nós vamos para lá buscar essa resposta”, afirma.
As investigações do caso estão a cargo da 3ª Delegacia de Homicídios (DH/BTS). O principal suspeito de envolvimento no desaparecimento de Paulo Daniel e Matuzalém é o dono do ferro-velho, Marcelo Batista da Silva. A Polícia Civil (PC) solicitou a prisão dele, que foi deferida pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), mas Marcelo se encontra foragido.
Fonte: Correio24Horas