A pouco mais de quatro meses para as eleições municipais, Salvador já possui quatro pré-candidatos a prefeito. Fora desse grupo, um não sabe se é postulante e dois desistiram e resolveram apoiar um dos quatro.
Como já era previsto, Salvador tem tudo para ver em 2024 mais um embate direto entre os dois principais grupos políticos rivais no estado: o PT, de Jaques Wagner, Rui Costa e do governador Jerônimo Rodrigues e o União Brasil (UB), do atual prefeito Bruno Reis.
O grupo de Reis, que governa a cidade há quase 12 anos, tem o atual gestor municipal como pretenso pré-candidato à reeleição. O gestor tem dito que segue conversando com a base aliada, com partidos políticos, inclusive os novos que se juntaram ao seu grupo, e que ainda não há pré-candidatura posta. Entretanto, já é sim considerado o postulante do União Brasil, inclusive visto como favorito na disputa e contando com o apoio de ao menos nove partidos, incluindo Progressitas, Republicanos, PSDB, PDT, e PRD.
Bruno Reis ainda tenta imprimir uma marca própria do comando da capital baiana, após pouco mais de três anos de um governo sem grandes feitos. O próprio prefeito afirma que governa a cidade há apenas 1 ano e meio, após a superação da crise sanitária provocada pela Covid-19, período no qual todos os esforços estavam concentrados no combate ao coronavírus e a cidade teve um atraso em projetos.
O campo da esquerda, liderado pelo governador Jerônimo Rodrigues e pelos ex-governadores Jaques Wagner e Rui Costa, já confirmou e anunciou a pré-candidatura do atual vice-governador do estado, Geraldo Jr (MDB). Geraldo era aliado de primeira hora do ex-prefeito ACM Neto, mas nas eleições de 2022 rompeu com o grupo carlista e decidiu compor a chapa de Jerônimo.
Geraldo, que antes de ser vice-governador, foi vereador da capital baiana por três mandados e presidente da Câmara de Vereadores de Salvador, integrando a base de ACM Neto, embora seja considerado um político com perfil de centro-direita, conseguiu unificar a base aliada de Jerônimo, após muitos descontentamentos de políticos historicamente aliados ao PT e que queriam disputar a prefeitura. Ele deve ser apoiado por legendas como PSD, Avante, Podemos, PSB, PV e PC do B.
Outro nome já lançado como pré-candidato é o de Kleber Rosa (PSOL). Rosa, que é cientista social, ativista do movimento negro, coordenador-geral da Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia (Fetrab), foi candidato ao Governo do Estado em 2022, e irá disputar a prefeitura de Salvador pela coligação PSOL-REDE.
Kleber Rosa se considera o nome "oficial" da esquerda, pois, segundo ele, o governo do estado, pela primeira vez, resolveu lançar um candidato que não está identificado com as pautas da esquerda e que tem uma caminhada que o coloca mais próximo dos setores que governam Salvador atualmente. O psolista é um dos maiores críticos da escolha de Geraldo Jr. como pré-candidato apoiado pelo PT.
O quarto pré-candidato confirmado é Victor Marinho, do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU). Victor tem 26 anos e é formado em Direito pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). Atualmente, ele é pesquisador no Laboratório de Estudos e Pesquisas Marxistas (Lemarx —Faced/Ufba).
No vídeo de anúncio da pré-candidatura nas redes sociais, o pré- candidato fez duras críticas tanto a Bruno Reis, quanto a Geraldo Jr. Segundo ele, Salvador é uma cidade rica, porém desigual, com os piores índices de pobreza, desnutrição e desemprego, porque Bruno governa para os ricos, e o PT reza na mesma cartilha, já que está há mais 17 anos à frente do governo estadual, aplicando uma política econômica neoliberal de privatizações, sucateamento dos serviços públicos, arrocho nos salários e ataques aos direitos dos servidores públicos, e executando uma política de segurança violenta, que mata o povo pobre e negro das periferias.
Dois pré-candidatos desistiram de encampar candidaturas próprias e resolveram apoiar a reeleição do prefeito Bruno Reis (UB).
João Roma (PL), ex-ministro da Cidadania de Jair Bolsonaro, ex-deputado federal e candidato derrotado ao governo da Bahia em 2022, considerando como candidato natural do bolsonarismo na Bahia ao comando da capital baiana decidiu se aliar ao União Brasil.
Luciana Buck (NOVO), nome do partido que já era inclusive citada em pesquisas eleitorais, também decidiu se juntar a Bruno Reis, e anunciou a retirada da pré-candidatura. Ela irá disputar uma vaga da Câmara de Vereadores.
Indeciso
Mesmo com o PSB compondo a base do governador Jerônimo Rodrigues, do partido já ter anunciado apoio à pré-candidatura de Geraldo Jr. (MDB) e da presidente da legenda no estado, a deputada federal Lídice da Mata, ter sido escolhida para coordenar a campanha de Geraldo, o vereador de Salvador Silvio Humberto, que vem tendo o nome cotado para ser vice de Geraldo Júnior (MDB), revelou em entrevista que ainda não desistiu de sair como candidato a prefeitura de Salvador. Mas também não lançou pré-candidatura e nem informou se assim fará.
Lídice da Mata, em entrevista ao BNews, disse que, desde que houve a definição pela candidatura de Geraldo Júnior (MDB), o descontentamento nunca havia sido manifestado por parte de Sílvio Humberto e disse acreditar que a situação não passa de um mal-entendido sobre a fala do edil.
Fonte: BocaoNews