O cantor Igor Kannário se irritou com a gestão do Carnaval, de responsabilidade da prefeitura de Salvador, nesta segunda-feira (12/2), quando puxava sua tradicional pipoca no Circuito Osmar (Campo Grande). Durante o desfile ele afirmou, inclusive, que não tocará mais no Carnaval, muito menos na capital baiana.
No início do seu desfile, o artista abriu os trabalhos com “Bota pra virar”, a sua aposta para a festa deste ano. Kannário passou pelo setor onde ficam as emissoras de TV e chegou a dizer que não queria se envolver em polêmica. “Eu sou cantor!”. Logo após o cantor afirmar que estava fora de problemas, se irritou com a lentidão do trio: “Preciso que o trio ande, senão vou ficar desgastado apenas nesse circuito”, começou o cantor. Em seguida, o Príncipe do Gueto destacou: “Todos sabem que há 10 anos passamos nesse horário. Aí, neguinho aparece, tocando no horário do Kannário, achando que Kannário está se preocupando com fulano e beltrano…”.
O cantor aproveitou para desabafar e afirmou: “A prefeitura não me paga bem. Eles não divulgam minha pipoca nos outdoors. Eu quero que vocês saibam disso. Eu paguei 50 mil nesses outdoors que vocês veem por aí. Eu não vou tocar mais no Carnaval de Salvador no ano que vem, não vou tocar mais em Salvador porque eu cansei, eu cansei de me humilhar para tocar no Carnaval de Salvador, a maior pipoca do carnaval, me humilhei, tive que pagar meu próprio outdoor.”
“São 10 anos falando a mesma coisa, são 10 anos batendo de frente com a Polícia Militar espancando as pessoas. Sou perseguido, ameaçado de morte; não posso sair com meus filhos, ficar de bobeira numa praia, porque eles podem vir me cortar; não posso ir ao cinema, não posso ficar no meio da rua na minha quebrada porque eles são covardes e podem vir me cortar. E eu estou cansado disso tudo, porque eu preciso criar meus filhos, eu preciso ter paz na minha vida. Sincera e honestamente, não acho que terá Kannário no Carnaval do ano que vem”, complementou.
Apesar da chateação, o baiano falou de seu público e disse que eles não o abandonariam: “Os kanarianos estarão aqui, independente de qualquer coisa.”
Vale lembrar que esta não é, nem de longe, a primeira vez que Kannário aponta aquilo que ele consideram excessos das forças policiais contra o seu público.