A intervenção na Irmandade do Senhor do Bonfim, responsável pela administração do patrimônio e das atividades da Igreja do Senhor do Bonfim, em Salvador, foi suspensa após decisão liminar concedida pela Justiça, nesta terça-feira (7).
O padre Edson Menezes, de 65 anos, está à frente da igreja há exatos 16 anos. A disputa que envolve o líder religioso e parte da Irmandade ultrapassou os muros da igreja e agora tem novo capítulo, desta vez, na Justiça. Há cerca de seis meses, o padre relata sofrer "perseguição" do novo juiz da Irmandade que administra o templo.
A decisão do juiz do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Carlos Cerqueira Júnior, da 6ª Vara Cível de Salvador, reverte o decreto de intervenção estabelecido pelo Cardeal Arcebispo Metropolitano e Primaz do Brasil, Dom Sérgio da Rocha, ocorrida em agosto deste ano.
Em maio deste ano, voluntários denunciaram que o padre estaria sendo perseguido por alguns membros da Irmandade. A denúncia surgiu após o grupo produzir um edital solicitando reunião emergencial para limitar ações administrativas, sociais e religiosas do padre.
Neste ano, desavenças durante os preparativos para a festa do Bonfim, com tentativas de interferências da Irmandade na programação, há 16 anos organizada pelo padre Edson, motivaram as primeiras brigas.
O novo juiz da Irmandade tomou posse em janeiro deste ano. A eleição é decidida por membros da Irmandade e da sociedade civil. Há 277 anos, a Irmandade do Senhor do Bonfim foi criada com o objetivo de zelar pela integridade, o patrimônio e as atividades da igreja. Já a parte clerical é de responsabilidade da Arquidiocese de Salvador.
A intervenção
Segundo decreto estabelecido por Dom Sérgio, a intervenção foi decretada para "restabelecer a paz do Senhor na irmandade e voltar a cultivar a parceria que sempre existiu entre a irmandade e o Reitor da Basílica Santuário, fortalecendo ainda mais a Mansão da Misericórdia e todos os seus projetos sociais".
A intervenção teria ocorrido pelo desejo da nova gestão da Irmandade de buscar respostas para questionamentos básicos sobre supostos gastos feitos por Edson. Há acusações de ausência de explicação para transferências bancárias do caixa da Irmandade, real valor da arrecadação feita na igreja, além da disponibilização de espaços vinculados à Igreja sem nenhuma cobrança.
Fonte: BocãoNews