De acordo com o advogado Marcos Vinícius Barrio, que defende o empresário, identificado como Jelson Silva da Rosa, a suspeita é "descabida e imprópria" e que a conduta de Jelson não se enquadra na "figura prevista do crime de exploração sexual".
O empresário está preso desde abril por suspeita de cometer violências sexuais contra crianças. Ele foi indiciado por exploração sexual infantil e estupro.
"A gente identificou muitas conversas salvas e valores combinados para o programa previamente, como se fosse uma tabela de preços, um cardápio: sair com a criança e a mãe, passear no shopping, o valor era X. Ir para hotel, Y, tomar banho de banheira, fazer massagens. Pedindo Pix, pedindo depósitos prévios, se faz sedutor [suspeito], do bem primeiramente. E, aí vai se aproximando das pessoas. Elas vão ficando dependente financeiramente dele e acabam que exploram suas filhas", conta a delegada Camila Franco Defaveri.
A mãe é suspeita de favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança e adolescente e estupro de vulnerável.
De acordo com as informações da polícia, a avó materna da criança também é suspeita. Ela daria suporte e apoio para os crimes e também seria beneficiada economicamente pela exploração da neta.
O esquema envolvia uma rede de mulheres que entregavam seus filhos, todos entre 0 e 12 anos de idade, para abusos sexuais em troca de dinheiro e presentes.
A filha da mulher presa nesta sexta foi encaminhada para perícia psíquica e verificação de violência sexual no Centro de Referência em Atendimento Infanto-Juvenil (CRAI-IGP), por equipes do Conselho Tutelar.
O caso
A 1ª Delegacia de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA) descobriu o caso após receber uma denúncia anônima, no fim de abril. Uma pessoa avisou a polícia após ver uma conversa no computador da empresa onde a mãe trabalhava.
No celular do empresário, a polícia encontrou mensagens, inclusive, com outras mães de menores de idade. Segundo a delegada, ele oferecia "um cardápio" de abusos.
Entre as quatro mulheres presas, está uma mãe de três filhas com 8, 10 e 12 anos. Ela residia em Porto Alegre. Já a outra é mãe de uma menina de 7 anos e residia em Cachoeirinha. A penúltima prisão ocorreu no dia 17 de maio. Uma mulher, de 23 anos, mãe de duas meninas de 1 e 3 anos de idade, também foi presa.
Em relação ao homem, os primeiros mandados foram cumpridos na casa onde ele mora, em Imbé, no Litoral Norte. Segundo a polícia, o local é um "imóvel de luxo", amplo e com muita segurança.
No momento em que os policiais ingressaram na residência, o investigado teria quebrado um celular e um computador. Contudo, a Divisão de Informática do IGP conseguiu recuperar conteúdos armazenados.
O suspeito trabalha na área de tecnologia da informação (TI), atuando na "deepweb", segundo a delegada.
Fonte: Bnews