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Entrevista: FabrĂ­zzio Muller

terça-feira

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No último domingo (22) Salvador registrou uma paralisação de 100% da circulação dos ônibus na capital. A manifestação por parte dos rodoviários visava, dentre outras coisas, chamar atenção do poder público para as dificuldades que a categoria vem passando com a alta do preço do diesel e a tarifa estagnada.

Em meio a o que pode ser visto como princĂ­pio de uma crise, o secretário de Mobilidade de Salvador, FabrĂ­zzio Muller, voltou a defender, em entrevista ao Bahia NotĂ­cias, a necessidade da aprovação do subsĂ­dio municipal para o transporte pĂşblico. O texto segue encontrado dificuldades para avançar na Câmara Municipal de Vereadores (entenda aqui), mas ainda assim o secretário defende a proposta. 

Ao Bahia NotĂ­cias, o secretário explicou que o subsĂ­dio Ă© apenas uma das alternativas defendidas pela prefeitura. E diferente do apontando pela oposição na CMS, nĂŁo se trata de uma 'cortina de fumaça', mas se de um texto cuidadoso e adequado a realidade atual. "Eles falam que Ă© um perĂ­odo muito curto, mas justamente por envolver recursos pĂşblicos, envolver recursos de todos nĂłs e administrados pela prefeitura que a gente fez atĂ© o fim do ano. AtĂ© porque a gente precisava entender toda essa movimentação da revisĂŁo tarifária. A revisĂŁo tarifaria zera tudo. Vamos avaliar recalcular eventuais benefĂ­cios que as empresas tiveram na divisĂŁo das linhas. EntĂŁo tudo isso, nĂŁo seria correto a gente prever um subsĂ­dio por tempo maior, entendendo que a inda tem a possibilidade de vir subsĂ­dio federal", disse. 

Outro ponto levantando pela categoria é a falta de segurança no transporte público municipal. Fabrizzio Muller disse que tem conversado diretamente com a categoria e pensando, junto a outras secretarias da capital, alternativas para reduzir os riscos durante o serviço dos rodoviários. "A gente está sempre atentos a este tipo de situação para que a gente possa dar encaminhamento em alguma solução que minimize este problema. Em que pese este é um problema que, infelizmente, a gente vê se espalhando não só pela cidade, mas pelo Estado como um todo", ponderou.

 

Em meio a alta do diesel, o secretário voltou a cobrar um posicionamento do governo do estado. Assim como vem sendo defendido pelo prefeito Bruno Reis (União), sem a redução do ICMS para o combustível, o sistema poderá, segundo o secretário, entrar em colapso.

"A gente nĂŁo sabe quanto tempo demora e atĂ© onde ele chega. Chegamos a ter um diesel, que era pago pelas empresas no valor de R$ 3,50 há um ano atrás, hoje está quase R$ 7. Isso traz uma consequĂŞncia muito ruim e danosa ao sistema. Essa Ă© a nossa preocupação em buscar alternativas para que a gente consiga superar essa crise", disse. 


Fabrizzio Muller anunciou ainda que a expectativa da gestão é de que, até o fim do mês de agosto, parte do BRT já comece a circular na cidade. Ele apontou os caminhos e projeções futuras da Secretaria de Mobilidade (Semob) e falou sobre os desafios que tem enfrentado estando à frente da pasta. Leia a entrevista completa:

 

Alguns protestos e manifestações tĂŞm sido registrados nas Ăşltimas semanas por parte dos motoristas de Ă´nibus da cidade em busca da manutenção dos postos de trabalho. Outro pleito da categoria  Ă© o pagamento de dĂ­vidas trabalhistas aos ex-funcionários da CSN. Como estĂŁo as negociações com a categoria e as tratativas em relação aos ex-funcionários?


Vamos separar as duas situações. O que a gente vem registrando nas Ăşltimas semanas - e atĂ© meses - sĂŁo paralisações pontuais de ex-funcionários da CSN. Essas paralizações destes ex-funcionários já se sabe que nĂŁo há por parte da prefeitura uma responsabilidade direta sobre isso. Na verdade houve um acordo que foi mediado Ă  Ă©poca, e teve anuĂŞncia tanto do MinistĂ©rio PĂşblico do Trabalho, da Justiça do Trabalho, entre a antiga concessionária CSN e seus ex-funcionários. Naquele momento o que a prefeitura fez foi ajudar e mediar para que este acordo fosse feito. Neste acordo se estabelecia que o pagamento das verbas rescisĂłrias destes ex-funcionários seria feito mediante a venda de terrenos que foram dados pelos acionistas como garantias. Naquele momento, inclusive para fechar o acordo, a prefeitura se dispĂ´s Ă  Ă©poca a levantar crĂ©ditos de reequilĂ­brio de pandemia, que era devido a empresa, que foi calculado, isso chegou-se a um nĂşmero de R$ 20 milhões, na mesma Ă©poca a prefeitura levantou esses recursos, depositou em uma conta judicial e esse dinheiro foi integralmente utilizado para o pagamento dos funcionários. Era o que cabia naquele momento e o que cabia apenas a prefeitura. EntĂŁo o que cabia a prefeitura foi executado. Os acionistas deram de garantia terrenos onde funcionavam  as garagens e essas garagens precisariam ser vendidas para que esse recurso fosse oriundo dessa venda, revertido ao pagamento das rescisões trabalhistas. Talvez em função atĂ© do mercado, esses terrenos demoraram de ser vendidos. A informação que nĂłs temos, inclusive o prefeito anunciou, Ă© de que duas garagens o contrato já havia sido fechado com dois compradores. Esse recurso, e esses compradores inclusive houve a participação pessoal do prefeito nesse entendimento justamente para que se acelerasse essa negociação e compra das garagens. O prefeito vem participando pessoalmente dessa articulação para a venda destas garagens justamente para reverter esses recursos para os ex-funcionários, mas nĂŁo há uma responsabilidade direta. Na verdade, o que a prefeitura e o prefeito vĂŞm fazendo Ă© se empenhando na ajuda para concluir essas vendas e que esse dinheiro seja finalmente revertido aos concessionários. EntĂŁo estas sĂŁo as manifestações que temos visto, inclusive com baixa adesĂŁo, com poucos ex-funcionários porque acho que a grande maioria entende que esse Ă© um problema trabalhista com a empresa. A cidade e o cidadĂŁo nĂŁo tem porque pagar com os transtornos causados por uma manifestação dessa. Quando vocĂŞ vĂŞ percebe que Ă© baixa adesĂŁo porque a grande maioria dos ex-funcionários que ainda nĂŁo receberam entendem que a prefeitura, a cidade e o cidadĂŁo nĂŁo tem responsabilidade sobre isso e reconhecem todo esforço que a prefeitura e o prefeito pessoalmente teve nas tratativas para o fechamento do acordo e posteriormente para auxiliar na venda dos terrenos. 


Os rodoviários têm questionado em suas manifestações a falta de segurança para rodar em alguns bairros da cidade. O senhor acha este um pedido legítimo? Se sim, quais as medidas adotadas pela gestão para garantir a segurança destes trabalhadores?

 

Tive atĂ© uma reuniĂŁo nesta semana com a diretoria do sindicato e essa foi uma das pautas. Eles de fato demonstram muita preocupação com as crescentes ocorrĂŞncias de violĂŞncia dentro do transporte pĂşblico. Alguns inclusive acontecem foram do circuito, mas sim no momento da panha, que Ă© aquele Ă´nibus que vai pegar os funcionários em casa de madrugada, pegar prĂłximo de suas residĂŞncias para levar para a garagem para que eles assumam ali os seus postos de trabalho. EntĂŁo já tiveram algumas ocorrĂŞncias neste sentido aonde esse veiculo foi interceptado por meliantes e acabaram sendo roubados. AlĂ©m disso, algumas situações de arrastões, e aquelas situações que a gente já conhece que sĂŁo pontuais dentro de bairros e que a gente acaba tendo que retirar a entrada dos coletivos justamente para salvaguardar a segurança nĂŁo sĂł dos rodoviários, mas tambĂ©m dos usuários e do prĂłprio equipamento que as vezes acontece de ser incendiado por uma manifestação dessa natureza. A gente tem tido essa preocupação junto com eles, eles tĂŞm trazido para a gente algumas situações, por exemplo, em alguns pontos onde há algum tipo de redutor de velocidade os bandidos, sobretudo de madrugada tem se aproveitado para realizar algo. Eles colocaram uma situação na suburbana, entĂŁo Ă© algo que já estudamos com a equipe da Transalvador e já analisamos a possibilidade de algum tipo de intervenção para minimizar estes riscos. Enfim, a gente está sempre atentos a este tipo de situação para que a gente possa dar encaminhamento em alguma solução que minimize este problema. Em que pese este Ă© um problema que, infelizmente, a gente vĂŞ se espalhando nĂŁo sĂł pela cidade, mas pelo Estado como um todo. 

 

Umas das alternativas pensadas pela prefeitura de Salvador para tentar frear a alta na tarifa do ônibus é o subsídio do transporte. Gostaria que o senhor explicasse um pouco mais essa proposta do subsídio municipal e quais as projeções caso o subsídio seja aprovado?


Vamos contextualizar este assunto e fazer um histĂłrico sobre. O sistema hoje vive uma das maiores crises da historia, isso Ă© inegável, nĂŁo Ă© sĂł em Salvador, o prĂłprio Eduardo Paes recentemente relatou toda a problemática do transporte pĂşblico do Rio de Janeiro. Isso nĂŁo tem sido diferente nas grandes cidades. Aqui em Salvador a gente deu algumas soluções durante o perĂ­odo de pandemia que foram responsáveis para a manutenção do sistema. Tivemos o problema da CSN, mas que foi um problema localizado, por uma razĂŁo que diria que nĂŁo foi a pandemia. Já era um problema identificado antes atĂ© da pandemia, atĂ© porque a intervenção aconteceu logo no inicio da pandemia, entĂŁo tivemos esse problema localizado e estacando. A prefeitura fez a intervenção no momento certo, decretou a caducidade do contrato, redividiu as linhas que eram da CSN para as duas atuais concessionárias que sĂŁo mais estruturadas e mais bem geridas, foi uma decisĂŁo acertada no  momento. Encaminhamos alguns acordos que foram realizados junto com o acompanhamento do MinistĂ©rio PĂşblico durante a pandemia no que trata de desequilibro, entĂŁo esses acordos e transações que foram feitas para levantar o desequilibro da empresa foram responsáveis pela manutenção do sistema de transporte pĂşblico coletivo. EntĂŁo Salvador, tirando o problema da CSN, nĂŁo registrou a paralisação do serviço. Pelo contrário, tivemos um serviço atendendo plenamente as necessidade da cidade, isso diferente de outras cidades que tiveram paralisações bastante longas, atĂ© de meses, alĂ©m de outras cidades que tiverem empresas falindo. Aqui conseguimos atravessar a tempestade de forma muito positiva. Em 2021, tudo para, o sistema voltou a ficar equilibrado, o passageiro cresceu, de alguma forma, mas ainda sem atingir o nĂşmero prĂ©-pandemia o que  a gente acredita que nĂŁo vai acontecer em um curto espaço de tempo. Houve muita mudança na lĂłgica de deslocamento, as pessoas criaram outras alternativa, atĂ© mesmo o trabalho remoto. A gente tinha uma mĂ©dia de 20 milhões de passageiros equivalentes, que sĂŁo aqueles que pagam a tarifa inteira, e estamos chegando prĂłximo aos 16 milhões. EntĂŁo a gente ainda tem um dĂ©ficit grande de passageiros, no entanto, a gente caminhava para um sistema equilibrado e sustentável. AĂ­ a gente se depara, já no fim de 2021, com o descolamento do diesel subindo, e isso acaba tomando uma proporção maior a partir do mĂŞs de março com a guerra da entre RĂşssia e Ucrânia. De fato, isso trouxe um outro desequilĂ­brio para o sistema. Um desequilibro, inclusive, diria muito mais preocupante do que o a prĂłpria pandemia, porque de uma forma ou de outra na pandemia houve uma redução expressiva de passageiros e trouxe toda aquela dificuldade, no entanto vocĂŞ conseguiu algumas medidas que, alĂ©m do equilĂ­brio feito pela prefeitura, que manteve o sistema, aquela ‘medida do bem’ que houve a suspensĂŁo dos contratos de trabalho; teve a redução de carga horária; a redução de frota que acompanhou a redução de passageiros. EntĂŁo a gente conseguiu de certa forma manter o sistema funcionando, com mesmo que com dificuldades, Ă© claro. A questĂŁo do diesel traz preocupações maiores porque como passageiro crescente como ele está, a quilometragem percorrida pelos Ă´nibus agora já Ă© maior, entĂŁo vocĂŞ já tem custos maiores e tudo isso atrelado a um valor do diesel que nĂŁo Ă© suportado pela tarifa. EntĂŁo isso traz, e o prefeito tem demonstrado e dito de forma recorrente, um perigo real de uma paralisação do sistema. Isso a gente tem visto no Brasil todo porque o diesel se decolou totalmente. Seu aumento foi irrazoável entĂŁo nĂŁo Ă© capturado ali pela tarifa, e nĂŁo Ă© suportado pelas empresas. Eu diria que esse problema que enfrentamos agora do diesel chega as ser pior que o problema da pandemia. E da mesma forma da pandemia, ele Ă© imprevisĂ­vel. A gente nĂŁo sabe quanto tempo demora e atĂ© onde ele chega. Chegamos a ter um diesel, que era pago pelas empresas no valor de R$ 3,50 há um ano atrás, hoje está quase R$ 7. Isso traz uma consequĂŞncia muito ruim e danosa ao sistema. Essa nossa preocupação em buscar alternativas para que a gente consiga superar essa crise. O subsĂ­dio Ă© uma das ideias, atĂ© porque encaminhamos um projeto de lei atĂ© o final desse ano atĂ© que a gente pudesse ver e analisar a cada momento a necessidade de se ampliar o subsidio ou nĂŁo. A gente tem esse nĂŁo uma revisĂŁo tarifária. Anualmente vocĂŞ tem o reajuste da tarifa que Ă© atravĂ©s de uma formula paramĂ©trica. Mas a cada quatro anos o contrato, de maneira muito acertada, estabelece uma revisĂŁo tarifária e o que Ă© isso: VocĂŞ levanta novamente todos os custos do sistema, e calcula uma nova tarifa. EntĂŁo quando encaminhamos o projeto de lei para Câmara atĂ© dezembro foi justamente porque nĂłs terĂ­amos atĂ© o final do ano uma revisĂŁo tarifária e apĂłs essa revisĂŁo poderemos ter uma avalição mais correta e precisa dos custos do sistema e consequentemente da sua tarifa atĂ© para avaliar se outros incentivos sĂŁo necessários, como o prĂłprio subsidio. A prefeitura fez o papel dela de desonerar o que tinha de impostos que incidiam sobre o sistema de transporte. A prefeitura isentou o ISS e a taxa da agĂŞncia de regulação, justamente par que isso nĂŁo se refletisse em uma tarifa mais alta. EntĂŁo quando vocĂŞ desonera o transporte pĂşblico, vocĂŞ consegue a modicidade tarifária, que Ă© uma tarifa mais mĂłdica. Porque na verdade a concessĂŁo ela Ă© um repasse de custos. EntĂŁo tudo que Ă© de custo do sistema, somando ali, claro, que o retorno do capital investido dos empresários, que faz parte do jogo, vocĂŞ tem ali os custos mais o retorno de capital investido, vocĂŞ tem isso repassado para a tarifa. Tudo que vocĂŞ tira de custo vocĂŞ reduz tarifa. Por isso a prefeitura tirou o ISS e a taxa de regulação e por isso que a gente vem pedindo e clamando ao governo do estado a desoneração do Ăłleo diesel que Ă© impacto muito grande no fim do ano quando vocĂŞ vĂŞ todo valor pago apenas de ICMS sobre o diesel do transporte pĂşblico, que Ă© repassado para o usuário. VocĂŞ vĂŞ que Ă© um impacto muito grande por isso pedimos, mesmo eu de forma provisĂłria que seja desonerado o Ăłleo diesel, nĂŁo sĂł em Salvador mas de todo o estado. Temos trĂŞs empresas metropolitanas que pararam de rodar por incapacidade de colocar diesel. EntĂŁo o subsĂ­dio na verdade prevĂŞ ate o fim do ano uma participação na tarifa, justamente para que a prefeitura pague parte da tarifa e nĂŁo repasse para o usuário. Essa Ă© a ideia. Assumir parte dos custos de transporte por entender que o usuário nĂŁo tem a capacidade de pagar a tarifa calculada pela formula paramĂ©trica que estava no valor de R$ 5,30. 


A Ăşltima sessĂŁo da Câmara de Vereadores demonstrou que a aprovação do subsĂ­dio nĂŁo será fácil. A votação do texto foi barrada pelos vereadores de oposição que alegaram se tratar de uma ‘cortina de fumaça’ já que o aporte duraria em um primeiro momento por dois meses, e em um segundo momento atĂ© o fim do ano. Caso esse projeto nĂŁo passe na Câmara, quais as alternativas pensadas pela prefeitura? 

Eles falam que Ă© um perĂ­odo muito curto, mas justamente por envolver recursos pĂşblicos, envolver recursos de todos nĂłs e administrados pela prefeitura que a gente fez atĂ© o fim do ano. AtĂ© porque a gente precisava entender toda essa movimentação dá revisĂŁo tarifaria. A revisĂŁo tarifária zera tudo. Vamos avaliar recalcular eventuais benefĂ­cios que as empresas tiveram na divisĂŁo das linhas. EntĂŁo tudo isso, nĂŁo seria correto a gente prever um subsĂ­dio por tempo maior, entendendo que a inda tem a possibilidade de vir subsĂ­dio federal. A gente nĂŁo pode esquecer o PL federal em curso, e acima de tudo a revisĂŁo tarifária. Por isso que de forma muito cuidadosa com os recursos pĂşblicos. A gente previu atĂ© o fim do ano. No entanto, a gente já analisa outras possibilidades. SĂŁo atĂ© possibilidades, claro que sempre partindo de uma premissa de ouro que Ă© fazer tudo dentro da legalidade e mantendo a transparĂŞncia, mas a gente entende que esse descolamento e aumento expressivo do diesel trouxe dificuldades operacionais para as empresas. É possĂ­vel sim que a prefeitura caminhe para outras soluções com o partilhamento desse risco do diesel ou atĂ© o que o prefeito já disse que, se fosse o caso, fazer a intervenção das empresas em razĂŁo desta dificuldade operacional. AtĂ© isso está sendo analisado e estudado pela equipe tĂ©cnica junto com a Semob, Arsal e aprocuradoria. A gente tem outras soluções que pode dar encaminhamento. 

 

Já em seu primeiro ano de governo o prefeito de Salvador Bruno Reis (DEM) apontava o transporte pĂşblico como um grande gargalo da cidade, e um dos maiores desafios da gestĂŁo. Agora a gestĂŁo já caminha para o segundo ano de governo. Queria que o senhor avaliasse o desafio que recebeu estando Ă  frente da Semob e ainda, quais as mudanças de lá para cá e quais as projeções futuras? O que ainda precisa melhorar? 


Digo sempre que recebi uma grande missĂŁo e talvez a mais difĂ­cil que poderia ter recebido. Mas como missĂŁo, tenho me empenhado todos os dias da minha vida para trabalhar. NĂŁo temos hora, justamente buscando estratĂ©gias e soluções para melhorar o transporte pĂşblico da cidade. Sempre fui um defensor do transporte pĂşblico. Acho que as cidades, dentro de muito pouco tempo - e Salvador está inclusa nisso - se elas nĂŁo tiverem estratĂ©gias de transferĂŞncia do usuário do transporte privado para o pĂşblico coletivo as cidades vĂŁo parar. As cidades nĂŁo suportam mais o crescimento de frota que a gente viu nos Ăşltimos 20 anos. Salvador cresceu trĂŞs vezes a frota. As cidades nĂŁo comportam mais, nĂŁo tĂŞm espaço fĂ­sico para isso. SĂł que temos a consciĂŞncia de que sĂł vamos conseguir essa transferĂŞncia de modal do privado para o pĂşblico melhorando muito a qualidade. E nĂŁo Ă© sĂł melhorando a qualidade, tambĂ©m temos consciĂŞncia que isso sĂł vai acontecer, inclusive isso tem sido demonstrado nas nossas pesquisas qualitativas, que uma das principais reclamações e problemas enfrentados pela população estĂŁo ligados a segurança. A gente sabe que a segurança Ă© um dos pontos que tira e que desestimula o uso do transporte pĂşblico coletivo. Mas a gente sabe e reconhece que o sistema precisa melhorar. É isso que a gente trabalha, e mesmo neste momento de grande crise, estamos buscando soluções para manter o sistema funcionando e operando. Veja que ano passado, em que pese a gente ainda sentir os efeitos da pandemia, no ano passado Salvador já efetuou atravĂ©s das concessionárias a maior compra de Ă´nibus de uma sĂł vez. Tivemos a renovação de 169 Ă´nibus ano passado. Veja que, com toda crise e dificuldade, ainda tivemos a capacidade, com as soluções que foram encontradas de trazer esses investimentos e melhoria para o transporte pĂşblico. Esse ano ainda temos a previsĂŁo de mais 160 Ă´nibus na cidade alĂ©m dos Ă´nibus novos do BRT. Por isso a gente vem buscando soluções criativas, e do ponto de vista tĂ©cnico que funcionem para ao sistema nĂŁo parar. 


Uma grande joia da coroa, tanto na gestão anterior, do ex-prefeito ACM Neto, quanto na atual, é a implementação do BRT na cidade. Em que pé andam as obras? Quais são os prazos de entrega? Efetivamente, quando a população poderá contar com este serviço?


Já Ă© possĂ­vel precisar sim. As obras do trecho trĂŞs, que liga o Parque da Cidade atĂ© a Pituba, segundo a empreiteira e a Sucop, que tocam a parte executiva, será entregue em julho deste ano. A gente tem a previsĂŁo de chegada de Ă´nibus do BRT em agosto. EntĂŁo tudo indica que o primeiro trecho do BRT, que vai da regiĂŁo do Shopping da Bahia atĂ© a regiĂŁo da Pituba, comece a operar no fim de agosto e inĂ­cio de setembro. Vamos começar com duas linhas em uma operação assistida, com duas linhas circulares pela Pituba devem começar a rodar no fim de agosto e inĂ­cio de setembro. Pituba. Essa Ă© a nossa perspectiva e tenho certeza que as pessoas, quando puderem experimentar e utilizar o BRT vĂŁo poder perceber que foi uma decisĂŁo acertada da prefeitura. Um projeto que caminha para melhorar muito a qualidade do transporte pĂşblico da cidade, e daĂ­ entĂŁo, novas linhas virĂŁo, linhas do BRTS prioritárias pela orla ligando ao BRT.  Ai em 2023 a gente tem de forma conclusiva a obra atĂ© a Lapa trazendo mais benefĂ­cios para toda a população que hoje nĂŁo Ă© assistida pelo MetrĂ´, por exemplo. 




Fonte: Bahia-Noticias

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