O governo baiano pode ser investigado na CPI da Covid pelo prejuízo milionário para os cofres do estado.
A compra, feita em uma empresa que fabrica produtos à base de maconha sem qualquer relação com equipamentos médicos, resultou num prejuízo de R$ 100 milhões para os estados nordestinos que participaram. Os respiradores não foram entregues nem o dinheiro devolvido. A PF investiga indícios de superfaturamento, propina e corrupção.
Paulo Câmara diz que a Justiça está avançando no Rio Grande do Norte e que a Bahia também precisa de respostas. Desde o início do escândalo ele vem se posicionando e cobrando uma investigação aprofundada sobre o caso, que é alvo de investigação no Superior Tribunal de Justiça.
O governador Rui Costa (PT) é considerado “potencial investigado” e por isso foi ouvido pela Polícia Federal. O deputado diz que já se passou mais de um ano e ainda seguimos sem respostas. O escândalo dos respiradores deveria ser investigado pel CPI da Covid, mas é barrado pelos senadores da esquerda.
Segundo a investigação do MPF em Natal, os respiradores foram comprados para atender pacientes de covid-19 na cidade. Ele também apresentou denúncia contra o empresário Wender de Sá que, junto com o ex-secretário, cometeram crimes de peculato qualificado, dispensa ilegal de licitação e fraude na execução de contrato.
Segundo o MPF, eles direcionaram ilegalmente a compra de respiradores para a empresa Spectrum Equipamentos Hospitalares, a um custo de R$ 2,1 milhões. “Os equipamentos se mostraram praticamente inservíveis, tendo mais tempo de fabricação e de uso do que a vida útil (de 10 anos)".
"Alguns nunca funcionaram, muitos apresentavam características suspeitas de serem clandestinos ou fruto de falsificação e, mesmo assim, os preços pagos pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) estavam muito acima dos praticados no mercado”, afirmou o MPF.
Dos 20 equipamentos, seis tinham número de série adulterados, indicando ser roubados ou furtados. Capuxu chegou a ser alertado por uma das fabricantes que os ventiladores pulmonares entregues pela Spectrum continham etiqueta não original, entre outras irregularidades. Mesmo assim, autorizou o pagamento.
Além de não servir aos pacientes de covid-19, os respiradores foram comprados pela prefeitura de Natal com sobrepreço. A própria Spectrum havia vendido aparelhos semelhantes por preços que variavam entre R$ 28 mil e R$ 60 mil. Mas para a Secretaria de Saúde de Natal cada equipamento foi vendido por R$ 108 mil.
Fonte: Val-Cabral