A Vigilância Sanitária da cidade de Eunápolis, que fica no sul da Bahia, notificou mais de 600 casos suspeitos de pessoas infectadas com a Covid-19 nos primeiros oito dias do mês de dezembro. Os números trazem preocupação, já que o município tem 100% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ocupados.
O órgão de saúde registrava oito casos confirmados de Covid-19 por dia entre outubro e a primeira quinzena de novembro. A média aumentou depois das eleições, com variações entre 12 e 28 novos casos por dia. A quantidade de notificações de novembro para dezembro quadruplicou.
“A gente percebe que, em média, 70 a 80 pessoas fazem testes diariamente, de 1º a 8 de dezembro tivemos 665 casos notificados. No mês anterior, no mesmo período, foram 135”, disse a superintendente da vigilância em saúde, Ellen Mary Domiciano.
No dia 5 de dezembro, Eunápolis teve um pico de 200 casos ativos. De acordo com o ultimo boletim, a cidade tem 157 casos ativos e 69 pessoas já morreram por causa da doença.
A superintendente da da vigilância em saúde acredita que o número de casos ativos pode ser ainda maior, porque o resultado de alguns exames ainda não saiu.
“Exames que chegavam em quatro dias úteis estão chegando em sete. Estamos em um momento crítico, que exige muita atenção em relação ao coronavírus”, revelou Ellen Maru Domiciano.
A ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva também preocupa a Vigilância Sanitária, já que desde o dia 25 de novembro todos os 20 leitos do Hospital Centro de Tratamento da Covid-19 estão ocupados por pacientes de toda região regulados pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) e os pedidos de internação têm sido recusados com frequência por causa da falta de vagas.
“Agora mesmo recebi sete solicitações, mas vou ter que negar. Até que eu faça o remanejamento, não estamos conseguindo atender nem a metade das solicitações”, disse a diretora técnica do Hospital Covid-19 de Eunápolis, Henriene Schneider.
Ela destacou o crescimento do número de jovens infectados pelo novo coronavírus na região, com complicações no quadro de saúde. “Tem muito pacientes jovens que estão evoluindo pra entubação, mesmo fazendo de tudo e eles não tendo comorbidades”, completou.